Benfica empata a zero e copia rivais

**TIT@** Ter Dez 23, 2008 8:20 am

Benfica empata a zero e copia rivais

O Benfica desperdiçou uma oportunidade soberana de se afastar dos rivais directos, ao empatar, em casa, a zero, com o Nacional, copiando os desfechos de Sporting e F. C. Porto na ronda. Falta maior organização aos encarnados.

O jogo valeu sobretudo pela segunda parte electrizante, já que, nos 45 minutos iniciais, pouco ou nada aconteceu que mereça ser contado. No segundo período, houve defesas excelentes, bolas cortadas sobre a linha quando o estádio já via o esférico no interior da baliza, uma expulsão, forte polémica - houve um golo mal anulado aos lisboetas - , e a incerteza total sobre o resultado até ao apito final.

Houve mérito dos madeirenses, que abanaram o encontro ao efectuar um início de segunda parte verdadeiramente demolidor. Reuniram cinco oportunidades claras de golo e só um milagre impediu que a bola entrasse. Edson foi um diabo à solta e a formação de Manuel Machado continuou nessa altura, injustamente, em branco no marcador. Foi a prova de que o Benfica continua assente em alicerces pouco sólidos e que vive muito das qualidades das individualidades.

E faltou, sobretudo, Reyes para dar profundidade, organização e acerto ao ataque, entregue aos fogachos de cada um. Di María não faz, nem por sombras, esquecer o internacional espanhol - mereceu alguns assobios dos adeptos e um forte reparo por parte de Katsouranis, perto do intervalo, cansado de tantas más decisões do argentino - e Rúben Amorim continua a ser certinho tacticamente, mas raramente assume um papel de desequilibrador no plano ofensivo. Ou seja, Quique ainda não acertou numa estrutura fiável e que sobreviva à ausência de peças importantes com a força do colectivo. Vale, enfim, Luisão ao treinador espanhol, uma fortaleza inexpugnável, a atravessar excelente momento de forma. As lesões também perseguem a equipa como uma sombra: Sidnei e Di María saíram com problemas físicos e, só aí, queimaram-se duas alterações.

À avalanche insular, o Benfica acordou aos 61 minutos, num momento em que Luisão permitiu boa defesa a Bracalli. Mesmo sem jogar bem, o onze demonstrava uma agressividade não vista até aí e uma enorme vontade de vencer. Ainda que não houvesse uma organização superior, a bola chegava com muita frequência à grande área contrária e, nesse período, os encarnados também puderam queixar-se da sorte. Foram vários os remates, feitos de quase todos os ângulos, acabando a bola por nunca entrar, por uma ou por outra razão. No final, houve golo de Cardozo, mas o árbitro considerou ilegal o lance, devido a uma alegada mão de Miguel Vítor.

As águias realizaram o terceiro jogo consecutivo sem ganhar, mas a verdade é que, mesmo estando aquém da qualidade desejada, mantêm-se no topo da tabela. Falta, também, readquirir confiança, facto demasiado evidente depois do pesadelo do afastamento da UEFA e da eliminação na Taça de Portugal.

J/N