Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
VOTA
VOTE!!
http://www.ituga.com/

Castelo de São Jorge

 :: Portugal

Ir para baixo

Castelo de São Jorge Empty Castelo de São Jorge

Mensagem  Admin Sex Nov 07, 2008 6:09 pm

Castelo de São Jorge

38º 42' N 009º 08' W

Construção Desconhecido (Século II a.C.)
Estilo
Conservação Bom
Homologação
(IPPAR) MN
(DL DG 136 de 23-06-1910)
Aberto ao público
Site DGEMN, nº IPA 1106120023
Site IPPAR 70523
O Castelo de São Jorge localiza-se na freguesia do Castelo, na cidade, concelho e Distrito de Lisboa, em Portugal.

Primitivamente conhecido simplesmente como Castelo dos Mouros, ergue-se em posição dominante sobre a mais alta colina do centro histórico, proporcionando aos visitantes uma das mais belas vistas sobre a cidade e o estuário do rio Tejo.

História

Antecedentes

A primitiva presença humana na área remonta à Idade do Ferro, e as pesquisas arqueológicas trouxeram à luz testemunhos desde, pelo menos, o século VI a.C., sucessivamente por Fenícios, Gregos e Cartaginenses. As informações históricas, entretanto, iniciam-se apenas no contexto da conquista da Hispânia pelas legiões romanas, quando era denominada Olisipo. Serviu, a partir de 139 a.C. como base das operações do Cônsul Décimo Júnio Bruto, contra os núcleos de Lusitanos dispersos após o assassinato de seu líder, Viriato, quando se admite que aqui teria, por esse motivo, existido algum tipo de estrutura defensiva. Posteriormente, em 60 a.C., tendo o então Propretor Caio Júlio César, concluído a conquista definitiva da Lusitânia, concedeu à povoação o título de Felicitas Julia, concedendo aos seus habitantes o privilégio da cidadania romana.

Diante das invasões do Império pelos bárbaros, de que a península não ficou imune, a cidade foi conquista pelos Suevos sob o comando de Maldras no meado do século V, e, poucos anos mais tarde, pelos Visigodos sob o comando de Eurico, vindo a se tornar definitivamente Visigoda sob o reinado de Leovigildo.

Mais tarde, no século VIII, viria a cair sob o domínio muçulmano, vindo a se denominar Al-Ushbuna ou Lissabona. As descrições dos seus geógrafos referem a existência da fortificação com as suas muralhas, as quais defendiam a "quasabah" (alcáçova), o centro do poder político e militar da cidade. A chamada "Cerca Moura" foi edificada no período tardo-romano, tendo sido reconstruída e ampliada durante o período islâmico.

No contexto da Reconquista cristã da península, a sua posse oscilou ao sabor das investidas cristãs, que a colimavam como alvo à margem do rio Tejo. Dessa forma, foi conquistada inicialmente por Afonso II das Astúrias, em contra-ofensiva em 796. Na ocasião a cidade foi saqueada e as forças cristãs demasiado distantes de sua base na região de Entre-Douro-e-Minho, retiraram-se em seguida. Idêntico sucesso repetiu-se no reinado de Ordonho III de Leão, sob o comando deste soberano, tendo a cidade sofrido severos danos.

Integrante dos domínios da taifa de Badajoz, no alvorecer do século XII, diante da ameaça representada pelas forças de Yusuf ibn Tashfin, que oriundas do Norte de África, haviam passado à península visando a conquista e reunificação dos domínios Almorávidas, o governante de Badajoz, Mutawaquil, entregou-a, juntamente com Santarém e Sintra, na Primavera de 1093, ao rei Afonso VI de Leão e Castela, visando uma aliança defensiva, que não se sustentou. Envolvido com a defesa de seus próprios territórios, o soberano cristão não foi capaz de assistir o governante mouro, cujos territórios vieram a cair, no ano seguinte, diante dos invasores. Desse modo, Lisboa, Santarém e Sintra voltavam ao domínio muçulmano, agora sob os Almorávidas. Lisboa viria a ser reconquistada pelas forças de Afonso VI, para voltar ao domínio muçulmano em 1095.

A fortificação, neste período, era constituída pela Alcáçova de planta aproximadamente quadrangular com cerca de 60 metros de lado, em posição dominante no alto da colina, defendida por muralhas com aproximadamente 200 metros de largura. Deste núcleo, cujo perímetro corresponde sensívelmente, aos limites da atual freguesia do Castelo, a Leste e a Oeste desciam até ao rio, os muros envolvendo a povoação, reforçados por torres e onde se rasgavam as portas.

O castelo medieval

No contexto da Reconquista cristã da península Ibérica, após a conquista de Santarém, as forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), com o auxílio de cruzados normandos, flamengos, alemães e ingleses que se dirigiam à Terra Santa, investiram contra esta fortificação muçulmana, que capitulou após um duro cerco de três meses (1147). Rezam as tradições que o cavaleiro Martim Moniz, que se destacara durante o cerco, ao perceber uma das portas do castelo entreaberta, sacrificou a própria vida ao interpor o próprio corpo no vão, impedindo o seu encerramento pelos mouros e permitindo o acesso e a vitória dos companheiros.

Como preito de gratidão, o castelo, agora cristão, foi colocado sob a invocação do mártir São Jorge, a quem muitos cruzados dedicavam devoção. No dia da conquista, 25 de Outubro, comemora-se hoje o "Dia do Exército", instituição que, no país, tem São Jorge como padroeiro.

Poucas décadas mais tarde, entre 1179 e 1183, o castelo resistiu com sucesso às forças muçulmanas que assolaram a região entre Lisboa e Santarém.

A partir do século XIII, alçando-se Lisboa a Capital do reino (1255), o castelo conheceu o seu apogeu, quando foi, além de Paço Real, palácio de bispos, albergue de nobres da Corte e fortificação militar. Os terramotos que afetaram a cidade em 1290, 1344 e 1356, causaram-lhe danos. No plano militar, mobilizou-se diante do cerco castelhano de fevereiro e março de 1373, quando os arrabaldes da Capital chegaram a ser saqueados e incendiados. Nesse ano iniciou-se a muralha de D. Fernando (1367-1383),concluída dois anos mais tarde, e se prolonga até à Baixa. Durante a crise de 1383-1385, os arrabaldes da cidade foram novamente alvo das investidas castelhanas em Março de 1383, que foi duramente assediada pelas forças de D. João I de Castela em 1384.

Nas funções de Paço Real, foi palco da recepção a Vasco da Gama, após a descoberta do caminho marítimo para a Índia ao final do século XV, e da estréia, no século XVI, do Monólogo do Vaqueiro, de Gil Vicente, primeira peça de teatro português, comemorativa do nascimento de D. João III (1521-1557).


Da Guerra da Restauração aos nossos dias

Juntamente com a cidade, o castelo voltou a sofrer com os terramotos de 1531, 1551, 1597 e 1699. A sua história como Paço Real encerrou-se com a mudança do mesmo, ainda no século XVI para o Paço da Ribeira. A partir de então as suas dependências foram utilizadas como aquartelamento. À época da Dinastia Filipina foi novamente guarnecido, tendo sido utilizado como prisão.

No contexto da Restauração da Independência, o seu Alcaide, Martim Afonso Valente, honrando o juramento de fidelidade a quem tinha prestado menagem, apenas entregou a praça aos Restauradores após ter recebido instruções de Margarida de Sabóia, Duquesa de Mântua, até então vice-rainha de Portugal, que lhe ordenou a rendição (1640).

A mudança da residência real para a zona ribeirinha, a instalação de aquartelamentos e o terramoto de 1755, contribuíram para o declínio e a degradação do monumento. Foi sede da Casa-Pia de 1780 a 1807, quando foi utilizado como Quartel-General por Jean-Andoche Junot. Desse modo, descaracterizado e, em parte, interditado ao lisboeta, chegou ao século XX.

Classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, sofreu importantes intervenções de restauro na década de 1940 e ao final da década de 1990, que tiveram o mérito de reabilitar o monumento, recuperando-lhe a traça medieval. Atualmente constitui-se em um dos locais mais visitados pelos turistas na cidade de Lisboa.

O monumento oferece ainda os jardins e miradouros (com destaque para a Praça de Armas com a estátua de D. Afonso Henriques), o Castelejo, a cidadela e a esplanada, um espetáculo multimédia (Olisipónia), uma câmara escura (Torre de Ulisses, antiga Torre do Tombo), espaço de exposições, sala de reuniões/recepções (Casa do Governador) e loja temática aos seus visitantes.


Características

O castelo defende a antiga cidadela islâmica, o Alcazar, abrindo-se em seus muros com ameias doze portões, sete dos quais para o lado da freguesia da Santa Cruz do Castelo. Para o exterior, um pano de muralha dá acesso a uma torre barbacã. Dezoito torres dão sustentação e reforço aos muros. Pelo Portão Sul, através da Rua de Santa Cruz do Castelo, acessa-se a Praça de Armas.
Admin
Admin
Admin
Admin

Mensagens : 659
Data de inscrição : 31/10/2008
Idade : 65
Localização : Paris

http://www.forumemigrante.com

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 :: Portugal

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos