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Descobrimentos portugueses

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Mensagem  mtv2006 Seg Dez 29, 2008 1:08 pm

Descobrimentos portugueses


O Infante D. Henrique é a personificação da gesta portuguesa dos descobrimentos

Há unanimidade entre os historiadores em considerar a conquista de Ceuta como o início da expansão portuguesa, tipicamente referida como os Descobrimentos. Foi uma praça conquistada com relativa facilidade, por uma expedição organizada por D. João I, em 1415. A aventura ultramarina ganharia grande impulso através da acção do Infante D. Henrique reconhecido internacionalmente como o seu grande impulsionador.

Terminada a Reconquista, o espírito da Cristianização dos povos muçulmanos subsistia. Portugal dirigia-se agora para o Norte de África outrora cristão, mas de onde tinham vindo os mouros que invadiram a Península Ibérica e aí se estabeleceram. Portugal inicia assim um projecto nacional — o Norte de África que se iria estender às costas de continente africano e iria até ao extremo da Ásia, prolongando-se por vários reinados e séculos, desde o reinado de D. Dinis (1279), passando pelas expedições às Ilhas Canárias do tempo de D. Afonso IV, pelo projecto do caminho até à Índia de D. João II, até ao cume de D. João III (1557), altura em que se estabelecia o Império Português.

Antecedentes

Em 1317 D. Dinis contrata o genovês Manuel Pessanha para o comando da frota real. Cerca de 1335 D. Afonso IV envia uma armada ao arquipélago das Canárias cujos privilégios seriam concedidos alguns anos mais tarde (1338) a mercadores estrangeiros. Em 1344 as Canárias são concedidas ao castelhano D. Luís de la Cerda e, no ano seguinte, Afonso IV envia uma carta ao Papa Clemente VI referindo-se às viagens do Portugueses às Canárias e protestando contra essa concessão.


Monumento aos Descobrimentos Portugueses em Belém, Lisboa, PortugalNas reivindicações de posse, sucessivamente renovadas pelos dois povos ibéricos, prevaleceu, no final, a vontade do rei de Castela sobre estas ilhas.

Em 1353 é assinado o Tratado de Windsor com a Inglaterra para que os pescadores portugueses pudessem pescar nas costas inglesas.

Em 1370 é criada a Bolsa de Seguros Marítimos e em 1387 há notícia do estabelecimento de mercadores do Algarve em Bruges.

Em 1395, D. João I emite uma lei para regular o comércio dos mercadores estrangeiros.

Motivações

Até ao século XIX, considerava-se que a principal motivação para as conquistas africanas em Marrocos tinha sido de ordem religiosa. O cronista Gomes Eanes de Zurara refere que os Infantes tinham as suas razões, os letrados as suas, mas a decisão cabia ao rei D. João I: “Eu não o teria por vitória, nem o faria em boa verdade, ainda que soubesse cobrar todo o mundo por meu, se não sentisse que em alguma maneira era serviço de Deus” . O motivo religioso, sobrepondo-se a todos os outros, foi como tal apontado, entre outros, por João de Barros, Luís de Camões, Gil Vicente.

Mas havia também outras razões para a conquista de Ceuta, mais de um século depois resumidas pelo carmelita Frei Amador Arrais, ligando-as à acção de D. Afonso IV na batalha do Salado - “El-Rei Dom João o primeiro, começou a conquista de África, tomãdo Septa, Baluarte da Cristandade, & Chave de toda Hespanha, Porta do comércio do poente para levante."

O inimigo muçulmano dominava o Estreito e era poderoso em Granada. Pela sua posição geográfica, Ceuta era uma base naval que podia servir de apoio à navegação entre a península itálica e Portugal, permitindo também reprimir ou tolher a pirataria dos mouros nas costas do Atlântico.

No século XX, houve historiadores que julgaram o passado com as preocupações do presente, considerando a primazia do interesse económico: procurar acesso directo a fontes de fornecimento de trigo, de ouro ou de escravos no norte de África. Mas houve também historiadores, como David Lopes, rebatendo essa tese: "Ainda que Ceuta tivesse importância como centro de comércio, a sua conquista por cristãos desviaria dela o tráfico muçulmano"

As conquistas de Marrocos, porém, sob o impulso do Infante D. Henrique, vieram a dar lugar aos descobrimentos. Se, com o Infante, ao avançar pela costa de África na direcção do sul, havia sobretudo a intenção de envolver pela rectaguarda o grande poderio islâmico, adversário da Cristandade (uma estratégia militar e diplomática tributária do espírito das Cruzadas), a crescente intervenção dos "cavaleiros-mercadores" (Magalhães Godinho) nos reinados de D. Afonso V e D. João II, acabará por levar a expansão portuguesa até ao Oriente em busca das especiarias. Quando se firma o projecto da descoberta do caminho marítimo para a Índia, a expansão portuguesa está já dominada pelo interesse económico.

O equipamento

Até ao século XV, os Portugueses praticavam uma navegação de cabotagem utilizando, para o efeito, a barca e o barinel, embarcações pequenas e frágeis que possuiam apenas um mastro com vela quadrangular fixa. Estes barcos não conseguiam dar resposta às dificuldades que surgiam no avanço para Sul, como os baixios, os ventos fortes e as correntes marítimas desfavoráveis. Estão associadas aos primórdios dos Descobrimentos, a viagens à Ilha da Madeira, Açores, Canárias, e à exploração do litoral africano até pelo menos às alturas de Arguim na actual Mauritânia.


Mas o navio que marcou a primeira fase dos Descobrimentos portugueses, a fase atlântica e africana foi a caravela. Era de navegação fácil e melhor capacidade de bordejar, dado ter um aparelho latino.

No entanto a sua capacidade limitada de carga e a necessidade de uma grande tripulação eram os seus principais inconvenientes, que, no entanto, nunca obstaram ao seu sucesso. Este deve-se em boa parte à evolução técnica registada no século XV e graças às múltiplas viagens de exploração da costa atlântica africana, substituindo definitivamente as barcas e os barinéis naquelas actividades de navegação.

Para a navegação astronómica os lusos, como outros europeus, recorreram a instrumentos de navegação árabes, como o astrolábio e o quadrante (um quarto de astrolábio munido de um fio de prumo), que aligeiraram e simplificaram. Inventaram ainda outros, como a balestilha, ou "bengala de Jacob" (para obter no mar a altura do sol e de outros astros), que não utiliza a graduação de um arco de circunferência mas um segmento deslizante ao longo de uma haste, com o olho do observador em linha recta com o astro observado. Mas os resultados variavam conforme o dia do ano, o que obrigava a correcções, feitas de acordo com a inclinação do Sol em cada um desses dias. Por isso os Portugueses utilizaram tabelas de inclinação do Sol no século XV ou Tábuas astronómicas. Eram preciosos instrumentos de navegação em alto-mar, tendo conhecido uma notável difusão, como outras tabelas que continham correcções necessárias ao cálculo da latitude através da Estrela Polar.

O Norte de África

Cinco anos depois da conquista de Ceuta (1415), o infante D. Henrique foi nomeado administrador da Ordem de Cristo. Seguiu-se o desastre de Tânger, em 1437, com a derrota portuguesa os portugueses adiaram o projecto de conquistar Marrocos.

No reino de D. Afonso V conquistaram-se as seguintes praças: Alcácer Ceguer (1458), Arzila (1471) e Tânger, depois dos habitantes terem fugido devido a queda de Arzila (1471). Safim (1508), Mazagão (1513) e Azamor (1513), foram conquistadas no reinado de D. Manuel I.

Mas a vida dos portugueses nestas cidades fortificadas foi sempre difícil devido aos constantes ataque dos mouros. Os alimentos, a água e outros bens necessários a vida quotidiana vinham de Portugal ou de Castela por mar ou eram comprados aos mouros que em tempo de paz se dispunham a comerciar com os portugueses.

A ilha da Madeira

Ainda durante o reinado de D. João I, e sob comando do Infante D. Henrique dá-se o redescobrimento da ilha de Porto Santo por João Gonçalves Zarco (1418) e mais tarde da ilha da Madeira por Tristão Vaz Teixeira. Trata-se de um redescobrimento porque já havia conhecimento da existência das ilhas da Madeira no século XIV, segundo revela a cartografia da mesma época. Tratavam-se de ilhas desabitadas que, pelo seu clima, ofereciam possibilidades de povoamento aos Portugueses e reuniam condições para a exploração agrícola.


Os arquipélagos da Madeira e das Canárias despertaram, desde cedo, o interesse tanto dos Portugueses como dos Castelhanos; por serem vizinhos da costa africana, os referidos arquipélagos representavam fortes potencialidades económicas, em especial as Canárias, e tinham uma grande importância estratégica. A disputa destes territórios deu origem ao primeiro conflito ibérico, motivado por razões expansionistas.

Para tentar evitar uma situação idêntica à das Canárias, perdidas para Castela, em 1424 inicia-se a colonização da Madeira: adoptando um sistema de capitanias. Inicialmente a Madeira exportava cedro, teixo, sangue-de-dragão, anil e outros materiais tintureiros; a partir de 1450 tornou-se um centro produtor de cereais.

Com a queda na produção cerealifera o infante D. Henrique resolve mandar plantar na ilha da Madeira a cana-de-açúcar — rara na Europa e, por isso, considerada especiaria —, promovendo, para isso, a vinda, da Sicília, da soca da primeira planta e dos técnicos especializados nesta cultura. A cultura da cana e a indústria da produção de açúcar desenvolver-se-iam até ao século XVII, seguindo-se a indústria da transformação — as alçapremas — fazendo a extracção do suco para, depois, vir a fazer-se o recozer dos meles como então se chamava à fase da refinação.

Mais tarde, cerca do século XVII, a cultura da cana-do-açúcar iria ser promovida no Brasil, passando a Madeira a investir na produção do vinho.
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Mensagem  mtv2006 Seg Dez 29, 2008 1:09 pm

Os Açores

Em 1427, dão-se os primeiros contactos com o arquipélago dos Açores por Diogo de Silves. Ainda nesse ano é descoberto o grupo oriental dos Açores (São Miguel e Santa Maria). Segue-se o descobrimento do grupo central (Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial). Em 1452 o grupo ocidental (Flores e Corvo) é descoberto por João de Teive.

Este arquipélago, também desabitado, reunia condições para o povoamento. Assim, também aqui se aplica o sistema de capitanias, e a produção expressa-se, sobretudo, na do açúcar, vinho, trigo e gado.

A exploração de África

A navegação africana de Portugal está associada à figura do infante D. Henrique, que dirigiu todas as explorações como património pessoal, a partir da base de Sagres, sendo acompanhado por um grupo de cartógrafos, astrónomos e especialistas. Além dos interesses materiais, o príncipe era guiado pelo desejo de estabelecer uma aliança com o Preste João das Índias, um príncipe cristão que governaria as terras da Etiópia. Graças a essa aliança, D. Henrique pensava expulsar os Muçulmanos da Terra Santa e recomeçar as Cruzadas, mas numa escala planetária.

No entanto, a interpretação dos descobrimentos portugueses não se deve resumir nem ser padronizada pela actuação exclusiva deste infante. Por trás desse movimento está um grupo vasto de mercadores e armadores profissionais, interessados e participantes nas navegações e, como dirigente governativo, o infante D. Pedro, responsáveis por uma série importante de iniciativas a que o Navegador aderiu.

Já na regência de D. Afonso V, em 1441 Nuno Tristão chega ao Cabo Branco. Juntamente com Antão Gonçalves fiaram incursões ao Rio do Ouro, de onde foi obtido ouro em pó. A partir de então ficou generalizada a convicção de que essa área da costa africana poderia, independentemente de novos avanços, servir para o estabelecimento de uma actividade comercial que viria corresponder às necessidades de numerário que, em Portugal, como em toda a Europa, se fazia sentir.

Com as visitas anuais à Guiné e Mina para carregar escravos e ouro, trocados por tecido e trigo, adquiridos na Madeira ou no estrangeiro, subia o valor da moeda portuguesa. Em Lagos passou a funcionar um depósito de escravos e produtos da Guiné e Mina, o qual passaria a ser conhecido como Casa da Guiné e, depois da sua transferência para Lisboa, em 1482, por Casa da Guiné e da Mina. Esta seria a instituição predecessora da Casa da Índia.

Em 1456, Diogo Gomes descobre Cabo Verde e segue-se a ocupação das ilhas ainda no século XV, povoamento este que se prolongou até ao século XIX. O povoamento seria realizado com negros trazidos da Guiné, e ali se desenvolveu a cultura do algodão.

Em 1455 é emitida a bula do Papa Nicolau V declarando que as terras e mares descobertos são pertença dos reis de Portugal. No ano seguinte chegava a Bristol o primeiro carregamento de açúcar provindo da ilha da Madeira.

Em 1460, Pêro de Sintra atinge a Serra Leoa. Neste mesmo ano falece o Infante D. Henrique. Com a morte do Infante D. Henrique em 1460, a missão é atribuída temporariamente às mãos do seu sobrinho, o Infante D. Fernando (filho de D.Duarte). Em 1469, D. Afonso V entrega, por cinco anos, o exclusivo do resgate do negócio da Guiné a um mercador da cidade de Lisboa, Fernão Gomes, mediante o pagamento de uma renda anual de 200 000 reais. Segundo João de Barros, ficava aquele «honrado cidadão de Lisboa» com a obrigação de continuar os Descobrimentos, pois o exclusivo era garantido com «condição que em cada um destes xinco anos fosse obrigado a descobrir pela costa em diante cem léguas, de maneira que ao cabo do seu arrendamento desse quinhentas léguas descobertas[3]». Este avanço terrestre, do qual não há grandes pormenores, teria começado a partir da Serra Leoa, onde haviam já chegado Pedro Sintra e Soeiro da Costa.

Em 1471, ao serviço de Fernão Gomes, João de Santarém e Pêro Escobar descobrem a costa setentrional do Golfo da Guiné, atingindo a «minha de ouro» de Sama (actualmente Sama Bay), a costa da Mina, a de Benin, a do Calabar e a do Gabão e as ilhas de São Tomé e Príncipe e de Ano Bom. As penúltimas seriam aproveitadas para a produção do açúcar, utilizando-se, para isso, a mão-de-obra dos escravos trazidos de Angola.

Tanto ou mais do que a aquisição do ouro e especiarias, o comércio esclavagista oferecia boas perspectivas de lucro, nesse período de exploração mercantial da costa ocidental africana. Efectivamente, o já antigo tráfego de escravos capturados nas Canárias (por Castelhanos, Franceses, Italianos e quiçá Portugueses), tornava-se cada vez mais difícil aos Portugueses. Igualmente difícil era adquirir mouros em Marrocos.

Trocavam-se escravos por panos e outros artigos. Sem lutas, eram os próprios mercadores mouros ou os próprios negros que ali vendiam escravos ao Portugueses — que, por seu turno, os vendiam a outros europeus.

Seguiram-se outros navegadores como Soeiro da Costa (que deu nome ao rio Soeiro), Fernão do Pó (que descobriu a ilha Formosa (em África), que ficou conhecida posteriormente pelo nome do seu descobridor), João Vaz Corte-Real que, em 1472, descobre a Terra Nova, e em 1473 Lopes Gonçalves (cujo nome se transmitiu ao cabo Lope, agora conhecido por Cabo Lopez) ultrapassou o Equador.

Em 1474, D. Afonso V entrega ao seu filho, o príncipe D. João, futuro D. João II, com apenas dezanove anos, a tarefa dos Descobrimentos por terras africanas. Mais tarde, em 1481, dirá o monarca em novo diploma que confirma a missão do príncipe D. João: «...sabemos certo que ele dá, per si, e per seus oficiais, mui boa ordem à navegação destes trautos e os governa mui bem.». Assim que lhe é entregue a política de expansão ultramarina, D. João organiza a primeira viagem de Diogo Cão. Este faz o reconhecimento de toda a costa até à região do Padrão de Santo Agostinho. Em 1485, Diogo Cão, leva a cabo uma segunda viagem estendendo-se até à Serra Parda.

Há notícias de carregamentos de açúcar da Madeira serem entregues em Rouen (1473) e Dieppe (1479).

Em 1479 assina-se o Tratado das Alcáçovas, em que Portugal abandonaria definitivamente as pretensões à posse das Canárias.

Em 1482 dá-se a construção da Fortaleza de São Jorge da Mina e, no ano seguinte, Diogo Cão chega ao rio Zaire. Um ano depois, Martim da Boémia chega a Portugal.

Em 1486 é fundada uma feitoria na Nigéria.
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A ligação do Atlântico com o Índico

Em 1487, D. João II envia Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã em busca do Preste João e de informações sobre a navegação e comércio no Oceano Índico. Nesse mesmo ano, Bartolomeu Dias, comandando uma expedição com três Caravelas, atinge o Cabo da Boa Esperança. Estabelecia-se assim a ligação náutica entre o Atlântico e o Oceano Índico. projecto para o caminho marítimo para a Índia foi delineado por D. João II como medida de redução dos custos nas trocas comerciais com a Ásia e tentativa de monopolizar o comércio das especiarias. A juntar à cada vez mais sólida presença marítima portuguesa, D. João almejava o domínio das rotas comerciais e expansão do reino de Portugal que já se transformava em Império. Porém, o empreendimento não seria realizado durante o seu reinado. Seria o seu sucessor, D. Manuel I que iria designar Vasco da Gama para esta expedição, embora mantendo o plano original.

Porém, este empreendimento não era bem visto pelas altas classes. Nas Cortes de Montemor-o-Novo de 1495 era bem patente a opinião contrária quanto à viagem que D. João II tão esforçadamente havia preparado. Contentavam-se com o comércio da Guiné e do Norte de África e temia-se pela manutenção dos eventuais territórios além-mar, pelo custo implicado na expedição e manutenção das rotas marítimas que daí adviessem. Esta posição é personificada na personagem do Velho do Restelo que aparece, n'Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões, a opor-se ao embarque da armada.

El-Rei D. Manuel não era dessa opinião. Mantendo o plano de D. João II, mandou aparelhar as naus e escolheu Vasco da Gama, cavaleiro da sua casa, para capitão desta armada. Curiosamente, segundo o plano original, D. João II teria designado seu pai, Estêvão da Gama, para chefiar a armada; mas a esta altura tinham ambos já falecido.

A 8 de Julho de 1497 iniciava-se a expedição semi-planetária que terminaria dois anos depois com a entrada da nau Bérrio rio Tejo adentro, trazendo a boa-nova que elevaria Portugal, durante décadas, ao imortal prestígio marítimo.

Em 1492, Abraão Zacuto é expulso da Espanha por ser judeu, vindo viver para Portugal, trazendo consigo as tábuas astronómicas que ajudariam os navegadores portugueses no mar. Face à chegada de Cristóvão Colombo à América no mesmo ano, segue-se a promulgação de três bulas papais - as Bulas Alexandrinas - que concediam ao reino de Espanha o domínio dessas terras e seria essa decisão de Alexandre II que iria vingar.

Face a isso, D. João II consegue uma renegociação, mas só entre os dois Estados, sem a intervenção do Papa. Assim, em 1494 é assinado o Tratado de Tordesilhas: o Mundo é dividido em duas áreas de exploração: a portuguesa e a espanhola. O mundo seria dividido em função de um semi-meridiano que deveria passar a 370 léguas de Cabo Verde - "mare clausum".

A chegada à Índia


No reinado de D. Manuel I, parte do Restelo, a 8 de Junho de 1497, a armada chefiada por Vasco da Gama. Tratava-se de uma expedição comportando três embarcações. É a partir da viagem de Vasco da Gama que se introduzem as naus. A 20 de Maio de 1498 Vasco da Gama chega a Calecute. Estabelecia-se assim o caminho marítimo para a Índia.


A chegada ao Brasil

Em 1500, parte a segunda expedição para a Índia comandada por Pedro Álvares Cabral.

Era uma expedição composta por doze embarcações. Mas Pedro Álvares Cabral, por alturas de Cabo Verde, desvia-se da rota e em Abril de 1500 chega a uma terra primeiro denominada Ilha de Vera Cruz, mais tarde Terra de Santa Cruz e finalmente Brasil - face à abundante existência de madeira pau-brasil.

Pedro Álvares Cabral chega a Calecute em 1501.

Ocorrem alguns confrontos com o Samorim, com o qual Pedro Álvares Cabral acaba por romper relações. Assim, dirige-se para Sul e estabelece uma feitoria em Cochim.


A chegada na China e no Japão

Em 1514, Jorge Álvares atinge a China.

Em 1543, Francisco Zeimoto, António Mota e António Peixoto são os primeiros europeus a atingir o Japão.
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