HISTÓRIA DA COMUNIDADE PORTUGUESA
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HISTÓRIA DA COMUNIDADE PORTUGUESA
HISTÓRIA DA COMUNIDADE PORTUGUESA
NO REINO UNIDO
A comunidade portuguesa no Reino Unido é uma comunidade européia existente por um considerável período de tempo no porto de Londres. Este é um perfil histórico de uma comunidade com uma longa conexão mercantil com o porto de Londres. Tenta-se explicar as razões da diversidade desta comunidade em Londres nos últimos quatro séculos.
Com uma história de contato e colonização com navegantes como os Fenícios, Cartagenos, Vikings e os Árabes, não é de se espantar que os Portugueses tenham uma rica herança marítima. As embarcações situadas na costa do Atlântico, com seus "olhos" e proas cônicas, são similares às embarcações pesqueiras de Malta e da antiga Fenícia.
A herança das longas embarcações Viking é ainda evidente no método de construção dos "Barcos Rebelos" na cidade do Porto.
O conhecimento geográfico dos Árabes, ou Mouros e Judeus foi a base com a qual os Portugueses empreenderam suas viagens de descobertas nos séculos XV e XVI. Os "descobridores" incluem Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, que descobriu a rota marítima para a Índia em volta da África em 1498 e Pedro Álvares Cabral, que acidentalmente descobriu o Brasil em 1500. O legado desse empreendimento permanece conosco até hoje nos nomes das localidades distribuídas pelo mundo, e no fato de que o Português é a quinta língua mais falada no mundo.
NO REINO UNIDO
A comunidade portuguesa no Reino Unido é uma comunidade européia existente por um considerável período de tempo no porto de Londres. Este é um perfil histórico de uma comunidade com uma longa conexão mercantil com o porto de Londres. Tenta-se explicar as razões da diversidade desta comunidade em Londres nos últimos quatro séculos.
Com uma história de contato e colonização com navegantes como os Fenícios, Cartagenos, Vikings e os Árabes, não é de se espantar que os Portugueses tenham uma rica herança marítima. As embarcações situadas na costa do Atlântico, com seus "olhos" e proas cônicas, são similares às embarcações pesqueiras de Malta e da antiga Fenícia.
A herança das longas embarcações Viking é ainda evidente no método de construção dos "Barcos Rebelos" na cidade do Porto.
O conhecimento geográfico dos Árabes, ou Mouros e Judeus foi a base com a qual os Portugueses empreenderam suas viagens de descobertas nos séculos XV e XVI. Os "descobridores" incluem Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, que descobriu a rota marítima para a Índia em volta da África em 1498 e Pedro Álvares Cabral, que acidentalmente descobriu o Brasil em 1500. O legado desse empreendimento permanece conosco até hoje nos nomes das localidades distribuídas pelo mundo, e no fato de que o Português é a quinta língua mais falada no mundo.
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HISTÓRIA DA COMUNIDADE PORTUGUESA
O relacionamento entre Inglaterra e Portugal remonta ao Tratado de Windsor de 1386, fazendo desta, a mais antiga aliança européia. Há uma carência de informações sobre os primeiros Portugueses em Londres, ainda que sabido que embarcações mercantis Portuguesas frequentaram as costas britânicas no século XV. Uma dessas embarcações foi recentemente retirada das margens do Rio "Usk", em South Wales em 2002. Mais de 300 objetos, incluindo cerâmica portuguesa e sapatos de couro, têm sido encontrados nesse local, que data por volta de 1465.
Açúcar da Ilha da Madeira e vinho conhecido como Malmsey foram exportados para o Reino Unido no final do século XV e através desse comércio a palavra "engine" foi inserida na língua inglesa. "Engenho" era a palavra em Português para um moinho de açúcar. Entre 1574 e 1576 as exportações Portuguesas para Londres incluíam uma série de produtos pelos primeiros re-exportados, como tecido indiano e especiarias, pau-brasil, açúcar, sal, laranja e marmelada. Com os Árabes, os Portugueses aprenderam que esses dois últimos produtos (laranja e marmelada) eram importantes na prevenção de escorbuto durante longas viagens oceânicas. Como conseqüência da competição Asiática, acarretada pela Companhia das Índias Orientais, a lista de produtos portugueses importados para Londres mudou. Açúcar e tabaco passaram a dominar as exportações portuguesas para Londres, e especiarias virtualmente não mais foram exportadas. De qualquer forma, as guerras Anglo-Francesas aumentaram a demanda por vinho da Madeira português, e esse fato tornou-se mais importante depois da restauração da independência Portuguesa da Espanha em 1640. A importância desse comércio em meados do século XVII é evidente quando da aprovação do "Navigation Act" - Lei da Navegação - por Oliver Cromwell, que proibiu a importação de todos os produtos não ingleses pela Grã-Bretanha as suas colônias, com exceção do vinho da Madeira.
Nos anos de 1670 a demanda pelo açúcar brasileiro também decairia, em vista dos recursos ingleses nas Índias Ocidentais. O Tratado de Methuen de 1705 abriu os mercados ingleses aos vinhos portugueses, e comerciantes e navegadores britânicos afluíram à cidade do Porto, onde eles formaram uma Associação de Navegadores, em 1727.
A perseguição a pessoas de secreta ascendência Judaica (conhecidas como os novos cristãos) em Portugal a partir de 1496 conduziu-os a criação de uma pequena e secreta comunidade Luso-Judaica em Londres. A não estabelecida religião da Inglaterra durante aqueles tempos resultou na secreta natureza daquela comunidade. Muitos daqueles Judeus serviram como agentes mercantes para a coroa portuguesa em Bristol e Londres, e aqueles homens formavam as bases da comunidade.
A partir de 1550 havia cerca de uma centena de membros da comunidade Luso-Judaica em Londres, centrados na família Anes, cujo um dos membros era o médico da Rainha Elizabeth. A comunidade Luso-Judaica de Londres sofreu um enfraquecimento em 1609, quando eles foram oficialmente expulsos. De qualquer forma, há evidência de que pelo menos alguns deles continuaram a viver em Londres. Durante o século XVII, sob a Inquisição Espanhola e Portuguesa, muitos outros Luso-Judaicos voaram para a Inglaterra, especialmente das Ilhas Canárias. Essa comunidade possuía consideráveis contatos comerciais da Jamaica e Brasil, através do Oriente Médio para Cochin na Índia.
A partir de 1656 foi abertamente permitida a comunidade Judaica em Londres, praticar suas crenças livremente, onde quer que eles vivessem ou qualquer que fosse seus trabalhos. No ano seguinte, uma pequena sinagoga foi aberta em "Creechurch Lane", na cidade de Londres, com um cemitério em "Mille End Road". Foi um dos membros dessa comunidade que sugeriu o casamento de Charles II com Catarina de Bragança. Em vista dessa atitude visando a coroa inglesa, o Coronel Augustin tornou-se o primeiro Judeu a ser agraciado pelo titulo de "Sir" pela rainha. No séqüito de Catarina de Bragança vieram outros promitentes Luso-Judeus aos quais mais tarde adicionaram-se mercadores e profissionais como o médico Dr. Jacob de Castro (1671-1762) e Dr. Antonio Nunes Ribeiro Sanches (1699-1782). O censo de 1695 revelou 519 nomes Luso-Judaicos, dos quais 18 viviam dentro dos limites das velhas muralhas da cidade, e o resto dentro dos limites da cidade de Londres. O casamento de Charles II com Catarina de Bragança em 1661 incluiu privilégios comerciais a mercadores britânicos na Ilha da Madeira e a todo o Império Português, com exceção de Macau. O dote incluía os portos de Tangiers (primeira colônia britânica na África) e Bombaim, e a ocasião originou a linha na rima inglesa "What are little girls made off, sugar and spice and all things nice" - "Do que as raparigas são feitas, açúcar, especiarias e todas as coisas boas". A rima pode ser uma referência a Catarina de Bragança, que fora descrita como uma pessoa de estatura pequena, e os sacos de açúcar e especiarias que foram originariamente trazidos para a Inglaterra, como seu dote. O dote de ouro em barra foi trazido para Londres mais tarde, a fim de protegê-lo contra um possível ataque francês. Em julho de 1662 Charles II apresentou sua noiva católica que gostava de beber chá a sua mãe Henrietta Maria, em Queens House, em Greenwich. Foi logo após seu casamento com Catarina de Bragança que Charles II se interessou por Greenwich, em particular em redecorar a "Queens House". Poucos anos após a chegada de Catarina na Inglaterra um padre Agostiniano chamado Sebastião Manrique chegou em Londres. Esse nativo da cidade do Porto navegou como um missionário para a Índia, Bengala e através de toda a Ásia, alcançando Macau na boca do Rio Pearl, perto de Hong Kong. As suas memórias foram publicadas em Espanhol e muito provavelmente a sua morte em Londres, em 1669, foi uma tentativa de manter as "descobertas" Portuguesas longe das mãos de piratas espanhóis. Acredita-se que sua criada portuguesa o matou, sendo que o corpo do padre teria sido colocado numa caixa e atirado no Rio Tâmisa.
O Império Português sofreu por causa de sua incorporação com a Coroa Espanhola, sob Phillip II, que ordenou a "Armada" contra a Inglaterra. A batalha conjunta dos Portugueses e Espanhóis contra os Ingleses e Holandeses é vista por alguns historiadores como a primeira verdadeira guerra mundial, porque houveram batalhas navais e bloqueios em locais distantes como o Brasil, Índia e Indonésia. A partir do Oceano Atlântico para o Índico uma série de feitos causados pelo homem e também por eventos naturais no século XVIII e início do século XIX, somaram-se aos problemas do Império Português, e isto teve um impacto no número e na composição dos Navegadores Portugueses chegando em Londres. Um acordo da Companhia das Índias Orientais de 1746, lista 21 indianos de Calcutá que vieram para Londres, todos eles com nomes portugueses, sugerindo que eles eram provenientes da comunidade Indo-Portuguesa em Bengala. A lista dos tripulantes de navios, em especial da Companhia da Índia Oriental, e registros do Hospital Dreadnought, suportam a teoria de que a Companhia da Índia Oriental empregou lascarins Indo-Portugueses nos séculos XVIII e no início do século XIX. Em 1837 ainda existiam 3190 Portugueses e 4746 Euro-asiáticos em Calcutá, comparados aos 3138 Britânicos. Com o tempo a tripulação Portuguesa e euro-asiática diminuiu tanto, que a Companhia da Índia Oriental teve que empregar lascarins de outras comunidades asiáticas. O grande terremoto ocorrido em Lisboa em 1755 marcou a desgraça final do Império Português. O tremor de terra destruiu muitos prédios no centro de Lisboa, e aqueles que permaneceram em pé foram logo destruídos pelo fogo.
O epicentro do terremoto ocorreu no Atlântico, (ocasionando) uma onda marítima que atingiu o Rio Tejo, fazendo com que o mesmo transbordasse, inundando o centro da cidade. Durante as guerras Napoleônicas, Portugal foi ameaçado pelos Franceses, sendo que a família real Portuguesa rumou para o Brasil em 1807. O país foi ocupado pelo exército britânico sob o comando de Marshall William Beresford (1768-1854) e Wellington. Naquele tempo Dom Miguel assumiu o governo em Lisboa em 1824, uma década de guerras que reduziu a força de trabalho Portuguesa, e uma década de agitada política interna ocorreria a seguir. Os registros do Hospital Dreadnought em Greenwich no início do século XIX sugere uma redução gradual de navegadores vindos de Portugal.
Os Açores foram por muito tempo um porto comum para os navios da Companhia da Índia Oriental, que encontraram um tipo de bebida alcoólica feita pelos navegadores locais, produzidos de cana de açúcar. No final do século XVIII a Ilha de São Miguel havia desenvolvido um próspero comércio de exportação de laranjas para a Inglaterra. De qualquer forma, também aqui o laranjal foi afetado por queimadas em 1860, forçando mais homens a integrarem a marinha comercial Britânica em navios como, por exemplo, o Cutty Sark.
Após 1747 uma série de ciclos de secas nas Ilhas do Cabo Verde destruíram a agricultura das ilhas, e em 1798 os franceses atacaram a Ilha Brava. A partir de então se verifica um aumento gradual dos navegadores do Cabo Verde, especialmente a densamente populada Ilha Brava e São Nicolau, a procura de cuidados médicos no Hospital Dreadbought Royal. A missão da "Virginia Street" iniciou-se no século XVIII, como parte do Hospital para navegantes estrangeiros. Foi destruído na Revolta de Gordon de 1780 e então foi aberta uma nova capela que pré-data a atual Igreja de St. Mary Michael, na Rua "Commercial Road", distrito de Tower Hamlets, E1, Londres. Uma igreja foi aberta em 1793 em "Crooms Hill", Greenwich. A igreja atualmente existente "Lady Star of Seas Church" foi construída para cuidar de navegantes católicos no Hospital "Dreadnought Royal Hospital" em Greenwich. A estrutura atual data de 1851. Os marinheiros portugueses oravam ali. A comunidade Luso-Judaica do século XVIII manteve suas ligações com a Ibéria e com as Américas, preferindo na maioria das vezes negociar com os Britânicos e Holandeses mais liberais. Os navios da Companhia Inglesa da Índia Oriental começaram a aportar em Salvador na Bahia, quando de seus retornos das Índias para a Europa, no século XVIII, superando o número de navios portugueses retornando da Índia Oriental. Tripulações brasileiras muito freqüentemente substituíram tripulações britânicas perdidas nas viagens de retorno, em vista de doenças e deserção.
Apesar de intensamente envolvida nas exportações de produtos derivados de lã para Portugal, os Luso-Judeus eram também atuantes no comércio de açúcar e tabaco das Índias Ocidentais Inglesas e eles dominavam o comércio de pedras preciosas (em particular, diamantes) do Brasil na segunda metade do sécul o XVIII. A partir do final do século XVIII 20% dos produtos re-exportados de Portugal, provenientes do Brasil, eram destinados a Londres. Em 1810 Portugal foi obrigado a ceder à Grã-Bretanha o direito de comércio direto com o Brasil, e em 1815 o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido ao de Portugal. Goa, na Ásia, que era fortemente ocupada por Portugueses, foi então ocupada pelas tropas Britânicas de 1797 a 1798 e novamente de 1802 a 1813, a fim de ter-se a certeza de que não cairia nas mãos dos franceses, resultando no emprego de navegadores de Goa em navios britânicos através de agentes em Bombaim. Após as Guerras Napoleônicas, empresas britânicas exerceram um considerável controle sob importantes recursos econômicos Portugueses, notavelmente a indústria vinícola da Madeira; resultando no aumento de Portugueses empregados em navios britanicos. Em vista disso, reportagens de jornais sobre reuniões de diretoria do "Seamen Hospital Society" - Associação de Hospitais para navegadores - em 1860 e 1875 mostravam que centenas de navegantes Portugueses ingressaram no hospital.
O censo de 1881 fornece muita informação acerca da comunidade Portuguesa de Londres da última parte do século XIX. Aquela comunidade parece consistir, naquela época, de Portugueses provenientes de Lisboa da cidade do Porto, Funchal, capital da Ilha da Madeira e Ilha dos Açores. Havia uma comunidade Portuguesa em Deptford e em "South Street" em Greenwich, com conexões com a cidade do Porto. Essas pessoas eram certamente associadas com a família "Forester", comerciantes de vinho que inicialmente viviam em Lewisham e então se moveram para Beckenham. A família "Forester" era particularmente envolvida no comércio de vinho do Porto e xerez proveniente de Jeres, na Espanha e o Barão James Forester (-1862) mapeou o Rio D'Ouro. Três Portugueses foram empregados no Cutty Sark entre 1874 e 1877, um das Ilhas do Cabo Verde e dois nascidos em Portugal. O homem chamado "Antonio Joakim", apesar de que a correta ortografia de seu nome era Antonio Joaquim, nascido nas Ilhas do Cabo Verde em 1846 e servindo inicialmente como cozinheiro no Cutty Sark entre 1874 e 1876, após o que servindo como camareiro. Antonio Joaquim foi dispensado de suas funções em Londres em 11 de Outubro de 1877. Curiosamente, os outros dois Portugueses começaram suas funções em Londres em 1876 e Sydney em 1877. Em 1890 muitos navios britânicos foram vendidos aos Portugueses, uma vez que a frota britânica se transformou de madeira e velas de navegar para vapor e aço. Um desses navios foi o Cutty Sark, vendido em 1895 a Ferreira & Co. de Lisboa. Os Portugueses os re-batizaram de "Ferreira", apesar de sempre chamá-lo "El Pequeña Camisola". Em grande parte dos próximos 26 anos o "Ferreira" navegou entre Portugal, Brasil e as colônias Portuguesas. Depois de atracar nos portos comerciais de Surrey em Novembro de 1921, o "Ferreira" fez sua última viagem a Londres, com uma tripulação Portuguesa, contudo, sob uma bandeira britânica em 1922.
Os descendentes da comunidade Luso-Judaica mudaram-se do Leste de Londres e estão atualmente situados a Noroeste de Londres, apesar da inicial congregação de portugueses formada na cidade de Londres ainda exista. A atual população Portuguesa chegou principalmente nos anos de 1960 e 1970 sendo provenientes tanto de Portugal ou da Ilha da Madeira. Há também comunidades de língua portuguesa do Brasil em Londres. A partir de 1991 dois terços da comunidade britânica de língua Portuguesa morava na região de Londres, sendo que a maioria encontrava-se a oeste de Tower Bridge em Camden, Westminster, Kensington e Chelsea, Hammersmith, Fulham e Lambeth. Existe uma pequena comunidade de pessoas das Ilhas do Cabo Verde em Greenwich. Essa comunidade fala uma língua Portuguesa-Africana chamada Crioula.
Açúcar da Ilha da Madeira e vinho conhecido como Malmsey foram exportados para o Reino Unido no final do século XV e através desse comércio a palavra "engine" foi inserida na língua inglesa. "Engenho" era a palavra em Português para um moinho de açúcar. Entre 1574 e 1576 as exportações Portuguesas para Londres incluíam uma série de produtos pelos primeiros re-exportados, como tecido indiano e especiarias, pau-brasil, açúcar, sal, laranja e marmelada. Com os Árabes, os Portugueses aprenderam que esses dois últimos produtos (laranja e marmelada) eram importantes na prevenção de escorbuto durante longas viagens oceânicas. Como conseqüência da competição Asiática, acarretada pela Companhia das Índias Orientais, a lista de produtos portugueses importados para Londres mudou. Açúcar e tabaco passaram a dominar as exportações portuguesas para Londres, e especiarias virtualmente não mais foram exportadas. De qualquer forma, as guerras Anglo-Francesas aumentaram a demanda por vinho da Madeira português, e esse fato tornou-se mais importante depois da restauração da independência Portuguesa da Espanha em 1640. A importância desse comércio em meados do século XVII é evidente quando da aprovação do "Navigation Act" - Lei da Navegação - por Oliver Cromwell, que proibiu a importação de todos os produtos não ingleses pela Grã-Bretanha as suas colônias, com exceção do vinho da Madeira.
Nos anos de 1670 a demanda pelo açúcar brasileiro também decairia, em vista dos recursos ingleses nas Índias Ocidentais. O Tratado de Methuen de 1705 abriu os mercados ingleses aos vinhos portugueses, e comerciantes e navegadores britânicos afluíram à cidade do Porto, onde eles formaram uma Associação de Navegadores, em 1727.
A perseguição a pessoas de secreta ascendência Judaica (conhecidas como os novos cristãos) em Portugal a partir de 1496 conduziu-os a criação de uma pequena e secreta comunidade Luso-Judaica em Londres. A não estabelecida religião da Inglaterra durante aqueles tempos resultou na secreta natureza daquela comunidade. Muitos daqueles Judeus serviram como agentes mercantes para a coroa portuguesa em Bristol e Londres, e aqueles homens formavam as bases da comunidade.
A partir de 1550 havia cerca de uma centena de membros da comunidade Luso-Judaica em Londres, centrados na família Anes, cujo um dos membros era o médico da Rainha Elizabeth. A comunidade Luso-Judaica de Londres sofreu um enfraquecimento em 1609, quando eles foram oficialmente expulsos. De qualquer forma, há evidência de que pelo menos alguns deles continuaram a viver em Londres. Durante o século XVII, sob a Inquisição Espanhola e Portuguesa, muitos outros Luso-Judaicos voaram para a Inglaterra, especialmente das Ilhas Canárias. Essa comunidade possuía consideráveis contatos comerciais da Jamaica e Brasil, através do Oriente Médio para Cochin na Índia.
A partir de 1656 foi abertamente permitida a comunidade Judaica em Londres, praticar suas crenças livremente, onde quer que eles vivessem ou qualquer que fosse seus trabalhos. No ano seguinte, uma pequena sinagoga foi aberta em "Creechurch Lane", na cidade de Londres, com um cemitério em "Mille End Road". Foi um dos membros dessa comunidade que sugeriu o casamento de Charles II com Catarina de Bragança. Em vista dessa atitude visando a coroa inglesa, o Coronel Augustin tornou-se o primeiro Judeu a ser agraciado pelo titulo de "Sir" pela rainha. No séqüito de Catarina de Bragança vieram outros promitentes Luso-Judeus aos quais mais tarde adicionaram-se mercadores e profissionais como o médico Dr. Jacob de Castro (1671-1762) e Dr. Antonio Nunes Ribeiro Sanches (1699-1782). O censo de 1695 revelou 519 nomes Luso-Judaicos, dos quais 18 viviam dentro dos limites das velhas muralhas da cidade, e o resto dentro dos limites da cidade de Londres. O casamento de Charles II com Catarina de Bragança em 1661 incluiu privilégios comerciais a mercadores britânicos na Ilha da Madeira e a todo o Império Português, com exceção de Macau. O dote incluía os portos de Tangiers (primeira colônia britânica na África) e Bombaim, e a ocasião originou a linha na rima inglesa "What are little girls made off, sugar and spice and all things nice" - "Do que as raparigas são feitas, açúcar, especiarias e todas as coisas boas". A rima pode ser uma referência a Catarina de Bragança, que fora descrita como uma pessoa de estatura pequena, e os sacos de açúcar e especiarias que foram originariamente trazidos para a Inglaterra, como seu dote. O dote de ouro em barra foi trazido para Londres mais tarde, a fim de protegê-lo contra um possível ataque francês. Em julho de 1662 Charles II apresentou sua noiva católica que gostava de beber chá a sua mãe Henrietta Maria, em Queens House, em Greenwich. Foi logo após seu casamento com Catarina de Bragança que Charles II se interessou por Greenwich, em particular em redecorar a "Queens House". Poucos anos após a chegada de Catarina na Inglaterra um padre Agostiniano chamado Sebastião Manrique chegou em Londres. Esse nativo da cidade do Porto navegou como um missionário para a Índia, Bengala e através de toda a Ásia, alcançando Macau na boca do Rio Pearl, perto de Hong Kong. As suas memórias foram publicadas em Espanhol e muito provavelmente a sua morte em Londres, em 1669, foi uma tentativa de manter as "descobertas" Portuguesas longe das mãos de piratas espanhóis. Acredita-se que sua criada portuguesa o matou, sendo que o corpo do padre teria sido colocado numa caixa e atirado no Rio Tâmisa.
O Império Português sofreu por causa de sua incorporação com a Coroa Espanhola, sob Phillip II, que ordenou a "Armada" contra a Inglaterra. A batalha conjunta dos Portugueses e Espanhóis contra os Ingleses e Holandeses é vista por alguns historiadores como a primeira verdadeira guerra mundial, porque houveram batalhas navais e bloqueios em locais distantes como o Brasil, Índia e Indonésia. A partir do Oceano Atlântico para o Índico uma série de feitos causados pelo homem e também por eventos naturais no século XVIII e início do século XIX, somaram-se aos problemas do Império Português, e isto teve um impacto no número e na composição dos Navegadores Portugueses chegando em Londres. Um acordo da Companhia das Índias Orientais de 1746, lista 21 indianos de Calcutá que vieram para Londres, todos eles com nomes portugueses, sugerindo que eles eram provenientes da comunidade Indo-Portuguesa em Bengala. A lista dos tripulantes de navios, em especial da Companhia da Índia Oriental, e registros do Hospital Dreadnought, suportam a teoria de que a Companhia da Índia Oriental empregou lascarins Indo-Portugueses nos séculos XVIII e no início do século XIX. Em 1837 ainda existiam 3190 Portugueses e 4746 Euro-asiáticos em Calcutá, comparados aos 3138 Britânicos. Com o tempo a tripulação Portuguesa e euro-asiática diminuiu tanto, que a Companhia da Índia Oriental teve que empregar lascarins de outras comunidades asiáticas. O grande terremoto ocorrido em Lisboa em 1755 marcou a desgraça final do Império Português. O tremor de terra destruiu muitos prédios no centro de Lisboa, e aqueles que permaneceram em pé foram logo destruídos pelo fogo.
O epicentro do terremoto ocorreu no Atlântico, (ocasionando) uma onda marítima que atingiu o Rio Tejo, fazendo com que o mesmo transbordasse, inundando o centro da cidade. Durante as guerras Napoleônicas, Portugal foi ameaçado pelos Franceses, sendo que a família real Portuguesa rumou para o Brasil em 1807. O país foi ocupado pelo exército britânico sob o comando de Marshall William Beresford (1768-1854) e Wellington. Naquele tempo Dom Miguel assumiu o governo em Lisboa em 1824, uma década de guerras que reduziu a força de trabalho Portuguesa, e uma década de agitada política interna ocorreria a seguir. Os registros do Hospital Dreadnought em Greenwich no início do século XIX sugere uma redução gradual de navegadores vindos de Portugal.
Os Açores foram por muito tempo um porto comum para os navios da Companhia da Índia Oriental, que encontraram um tipo de bebida alcoólica feita pelos navegadores locais, produzidos de cana de açúcar. No final do século XVIII a Ilha de São Miguel havia desenvolvido um próspero comércio de exportação de laranjas para a Inglaterra. De qualquer forma, também aqui o laranjal foi afetado por queimadas em 1860, forçando mais homens a integrarem a marinha comercial Britânica em navios como, por exemplo, o Cutty Sark.
Após 1747 uma série de ciclos de secas nas Ilhas do Cabo Verde destruíram a agricultura das ilhas, e em 1798 os franceses atacaram a Ilha Brava. A partir de então se verifica um aumento gradual dos navegadores do Cabo Verde, especialmente a densamente populada Ilha Brava e São Nicolau, a procura de cuidados médicos no Hospital Dreadbought Royal. A missão da "Virginia Street" iniciou-se no século XVIII, como parte do Hospital para navegantes estrangeiros. Foi destruído na Revolta de Gordon de 1780 e então foi aberta uma nova capela que pré-data a atual Igreja de St. Mary Michael, na Rua "Commercial Road", distrito de Tower Hamlets, E1, Londres. Uma igreja foi aberta em 1793 em "Crooms Hill", Greenwich. A igreja atualmente existente "Lady Star of Seas Church" foi construída para cuidar de navegantes católicos no Hospital "Dreadnought Royal Hospital" em Greenwich. A estrutura atual data de 1851. Os marinheiros portugueses oravam ali. A comunidade Luso-Judaica do século XVIII manteve suas ligações com a Ibéria e com as Américas, preferindo na maioria das vezes negociar com os Britânicos e Holandeses mais liberais. Os navios da Companhia Inglesa da Índia Oriental começaram a aportar em Salvador na Bahia, quando de seus retornos das Índias para a Europa, no século XVIII, superando o número de navios portugueses retornando da Índia Oriental. Tripulações brasileiras muito freqüentemente substituíram tripulações britânicas perdidas nas viagens de retorno, em vista de doenças e deserção.
Apesar de intensamente envolvida nas exportações de produtos derivados de lã para Portugal, os Luso-Judeus eram também atuantes no comércio de açúcar e tabaco das Índias Ocidentais Inglesas e eles dominavam o comércio de pedras preciosas (em particular, diamantes) do Brasil na segunda metade do sécul o XVIII. A partir do final do século XVIII 20% dos produtos re-exportados de Portugal, provenientes do Brasil, eram destinados a Londres. Em 1810 Portugal foi obrigado a ceder à Grã-Bretanha o direito de comércio direto com o Brasil, e em 1815 o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido ao de Portugal. Goa, na Ásia, que era fortemente ocupada por Portugueses, foi então ocupada pelas tropas Britânicas de 1797 a 1798 e novamente de 1802 a 1813, a fim de ter-se a certeza de que não cairia nas mãos dos franceses, resultando no emprego de navegadores de Goa em navios britânicos através de agentes em Bombaim. Após as Guerras Napoleônicas, empresas britânicas exerceram um considerável controle sob importantes recursos econômicos Portugueses, notavelmente a indústria vinícola da Madeira; resultando no aumento de Portugueses empregados em navios britanicos. Em vista disso, reportagens de jornais sobre reuniões de diretoria do "Seamen Hospital Society" - Associação de Hospitais para navegadores - em 1860 e 1875 mostravam que centenas de navegantes Portugueses ingressaram no hospital.
O censo de 1881 fornece muita informação acerca da comunidade Portuguesa de Londres da última parte do século XIX. Aquela comunidade parece consistir, naquela época, de Portugueses provenientes de Lisboa da cidade do Porto, Funchal, capital da Ilha da Madeira e Ilha dos Açores. Havia uma comunidade Portuguesa em Deptford e em "South Street" em Greenwich, com conexões com a cidade do Porto. Essas pessoas eram certamente associadas com a família "Forester", comerciantes de vinho que inicialmente viviam em Lewisham e então se moveram para Beckenham. A família "Forester" era particularmente envolvida no comércio de vinho do Porto e xerez proveniente de Jeres, na Espanha e o Barão James Forester (-1862) mapeou o Rio D'Ouro. Três Portugueses foram empregados no Cutty Sark entre 1874 e 1877, um das Ilhas do Cabo Verde e dois nascidos em Portugal. O homem chamado "Antonio Joakim", apesar de que a correta ortografia de seu nome era Antonio Joaquim, nascido nas Ilhas do Cabo Verde em 1846 e servindo inicialmente como cozinheiro no Cutty Sark entre 1874 e 1876, após o que servindo como camareiro. Antonio Joaquim foi dispensado de suas funções em Londres em 11 de Outubro de 1877. Curiosamente, os outros dois Portugueses começaram suas funções em Londres em 1876 e Sydney em 1877. Em 1890 muitos navios britânicos foram vendidos aos Portugueses, uma vez que a frota britânica se transformou de madeira e velas de navegar para vapor e aço. Um desses navios foi o Cutty Sark, vendido em 1895 a Ferreira & Co. de Lisboa. Os Portugueses os re-batizaram de "Ferreira", apesar de sempre chamá-lo "El Pequeña Camisola". Em grande parte dos próximos 26 anos o "Ferreira" navegou entre Portugal, Brasil e as colônias Portuguesas. Depois de atracar nos portos comerciais de Surrey em Novembro de 1921, o "Ferreira" fez sua última viagem a Londres, com uma tripulação Portuguesa, contudo, sob uma bandeira britânica em 1922.
Os descendentes da comunidade Luso-Judaica mudaram-se do Leste de Londres e estão atualmente situados a Noroeste de Londres, apesar da inicial congregação de portugueses formada na cidade de Londres ainda exista. A atual população Portuguesa chegou principalmente nos anos de 1960 e 1970 sendo provenientes tanto de Portugal ou da Ilha da Madeira. Há também comunidades de língua portuguesa do Brasil em Londres. A partir de 1991 dois terços da comunidade britânica de língua Portuguesa morava na região de Londres, sendo que a maioria encontrava-se a oeste de Tower Bridge em Camden, Westminster, Kensington e Chelsea, Hammersmith, Fulham e Lambeth. Existe uma pequena comunidade de pessoas das Ilhas do Cabo Verde em Greenwich. Essa comunidade fala uma língua Portuguesa-Africana chamada Crioula.
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