Estrangeiros que residem legalmente nos EUA vão fornecer impressões digitais para entrar no país

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Estrangeiros que residem legalmente nos EUA vão fornecer impressões digitais para entrar no país

Entra em vigor a 18 de Janeiro, uma lei do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos que inclui os estrangeiros a residir legalmente naquele país, no grupo de pessoas que terão de fornecer dados biométricos sempre que saiam e voltem a entrar no país.


Uma notícia publicada pela Agência Lusa refere que os estrangeiros possuidores do «green card» (cartão de residente permanente) nos Estados Unidos vão ter de apresentar dados biométricos, como impressões digitais, para voltar a entrar no país.
Segundo o Departamento de Segurança Interna norte-americano, a medida visa “proteger” a identidade do viajante no caso de perda ou roubo de documentos e ainda irá permitir ao governo americano «prevenir-se» de situações de entrada ilegal nos Estados Unidos, de pessoas com documentos falsos.
À Agência Lusa, Anna Hinkin, do Departamento de Segurança Interna norte-americano, afirmou que “sempre foi nossa intenção incluí-los porque são cidadãos não-nacionais e estamos a fazê-lo agora como forma de proteger a identidade das pessoas, porque há muitas fraudes com os «green card»”. Entre as principais fraudes registadas pelas autoridades norte-americanas estão dar ou vender o cartão de residente permanente a outra pessoa, alterar um cartão perdido ou usar um cartão falso.
A alteração à lei, que faz parte do programa US-Visit, do Departamento de Segurança Interna, tem suscitado várias críticas entre os estrangeiros que residem nos Estados Unidos, tendo o emigrante português José João Morais dito à Lusa que a nova legislação “não faz sentido”.
“É mais uma lei que não faz sentido. Estão a considerar todos os imigrantes como criminosos”, disse o conselheiro das Comunidades Portuguesas nos Estados Unidos, afirmando que os portugueses com quem tem falado também “não estão de acordo” com a alteração.
José João Morais criticou ainda a actuação do Governo português, defendendo que “os únicos que poderiam fazer alguma coisa” para contestar a lei “são os diplomatas”, mas esses “não se preocupam”.
Contra a nova lei está também o presidente da American Immigration Lawyers Association, uma associação nacional de advogados criada para promover leis da imigração justas.
“A ideia de os residentes permanentes legais, imigrantes que residem nos Estados Unidos há anos, ficarem sujeitos a tirar impressões digitais e à recolha de outros dados biométricos quando viajarem de e para os Estados Unidos está simplesmente errada e no limiar do absurdo”, afirmou Charles Kuck, em comunicado.