Independência de Portugal
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Independência de Portugal
Se rápida foi a ocupação muçulmana da Península Ibérica, a reconquista pelos Visigodos foi francamente mais lenta. Este processo gradual originou o nascimento de pequenos reinos que iam sendo alargados à medida que a Reconquista era bem sucedida. Primeiro, o Reino das Astúrias, que viria a dividir-se entre os filhos de Afonso III das Astúrias quando morreu. Assim nasciam os reinos de Leão e Galiza e, mais tarde, de Navarra e Aragão e de Castela, sendo que este compreendia já as terras de Portucale, que correspondia mais ou menos os territórios que hoje fazem parte de Portugal, até à cidade de Coimbra.
Afonso VI de Leão e Castela, (autodenominado Imperador de toda a Hispânia), entregou por mérito a um cruzado o governo do Reino da Galiza ao Conde Raimundo de Borgonha, juntamente com a sua filha Urraca para que estes formassem uma aliança. A partir daí, as chamadas terras de Portucale passam a ser um Condado (Condado Portucalense) dependente do Reino da Galiza, que por sua vez prestava vassalagem a Afonso VI de Leão e Castela, Imperador de toda a Hispânia Cristã.
Alguns anos mais tarde, em 1096, descontente com as políticas bélicas de Raimundo, Afonso VI entrega o governo do Condado Portucalense ao primo de Raimundo, Rei da Galiza, o Conde D. Henrique de Borgonha, juntamente com a sua outra filha, D. Teresa, passando assim a ser Conde de Portucale. Na prática, o Condado Portucalense deixava de ser dependente do Reino de Galiza, para prestar vassalagem directamente ao Reino de Leão, o que provocou um grande descontentamento entre a nobreza galega.
Deste condado, nasceria o reino de Portugal. D. Henrique governou no sentido de conseguir uma completa autonomia para o seu condado e deixou uma terra portucalense muito mais livre do que aquela que recebera. Aquando a morte de D. Henrique (1112), sucede-lhe a viúva deste, D. Teresa, no governo do condado durante a menoridade do seu filho Afonso Henriques. Inicialmente, o pensamento de D. Teresa foi idêntico ao do seu marido: fortalecer a vida portucalense, conseguir a independência para o condado. D. Teresa começou (1121) a intitular-se «Rainha», mas os muitos conflitos diplomáticos e a influência que concedeu a alguns nobres galegos (principalmente a Fernão Peres) na gerência dos negócios públicos prejudicou o seu esforço de tal maneira a que D. Teresa foi obrigada a abdicar das suas pretensões, e mudar de política. Por esta altura, D. Teresa planeava uma união com a poderosa família galega dos Trava, unindo assim novamente o Condado Portucalense ao Reino de Galiza, inviabilizando toda e qualquer aspiração portuguesa à independência.
Aos catorze anos de idade (1125), o jovem Afonso Henriques, com o apoio da nobreza portuguesa, arma-se a si próprio cavaleiro – segundo o costume dos reis – tornando-se assim guerreiro independente. A posição de favoritismo em relação aos nobres galegos e a indiferença para com os fidalgos e eclesiásticos portucalenses por parte de sua mãe, D. Teresa, originou a revolta destes, sob chefia do seu filho, D. Afonso Henriques.
A luta entre D. Afonso Henriques e sua mãe desenrola-se, até que a 24 de Junho de 1128 se trava a Batalha de São Mamede (Guimarães) e D. Teresa é expulsa da terra que dirigira durante 15 anos. Uma vez vencida, D. Afonso Henriques toma conta do condado, declarando-o reino independente, dado que ele era neto de Afonso VI, Imperador de toda a Hispânia, passando a assinar todos os documentos oficiais não como Conde, mas sim como Rei.
Continuou, no entanto, a lutar contra as forças de Afonso VII de Leão e Castela (inconformado com a perda das terras portuguesas, pois à semelhança de seu pai, Afonso VI, ele também se intitulava como Imperador), enquanto paralelamente travava lutas contra os muçulmanos. Em 1139, depois de uma estrondosa vitória na batalha de Ourique contra um forte contingente mouro, D. Afonso Henriques afirma-se como Rei de Portugal, e com o apoio dos chefes portugueses, é aclamado como Rei soberano.
Nascia, pois, em 1139, o Reino de Portugal e sua primeira dinastia, com o Rei Afonso I de Portugal (D. Afonso Henriques). Só a 5 de Outubro de 1143 é reconhecida a independência de Portugal pelo rei Afonso VII de Leão e Castela, no Tratado de Zamora, assinando-se a paz definitiva. Desde então, D. Afonso Henriques (Afonso I) procurou consolidar a independência por si declarada. Fez importantes doações à Igreja e fundou diversos Conventos. Dirigiu-se ao Papa Inocêncio II e declarou Portugal tributário da Santa Sé, tendo reclamado para a nova monarquia a protecção pontifícia. Em 1179 o Papa Alexandre III, através da Bula Manifestis Probatum, reconhece a existência de Portugal como país independente e vassalo da Igreja Católica Apostólica Romana.
Na continuação das conquistas procurou também terreno ao sul, povoado, até então, por Mouros e, após ver malograda a primeira tentativa de conquistar Lisboa em 1142, feito que só conseguiu realizar em 24 de Outubro do mesmo ano, após conquistar Santarém no dia 15 de Março com o auxílio de uma poderosa esquadra com 160 navios, e um contingente de 12 a 13 mil cruzados que se dirigiam para a Terra Santa.
Se rápida foi a ocupação muçulmana da Península Ibérica, a reconquista pelos Visigodos foi francamente mais lenta. Este processo gradual originou o nascimento de pequenos reinos que iam sendo alargados à medida que a Reconquista era bem sucedida. Primeiro, o Reino das Astúrias, que viria a dividir-se entre os filhos de Afonso III das Astúrias quando morreu. Assim nasciam os reinos de Leão e Galiza e, mais tarde, de Navarra e Aragão e de Castela, sendo que este compreendia já as terras de Portucale, que correspondia mais ou menos os territórios que hoje fazem parte de Portugal, até à cidade de Coimbra.
Afonso VI de Leão e Castela, (autodenominado Imperador de toda a Hispânia), entregou por mérito a um cruzado o governo do Reino da Galiza ao Conde Raimundo de Borgonha, juntamente com a sua filha Urraca para que estes formassem uma aliança. A partir daí, as chamadas terras de Portucale passam a ser um Condado (Condado Portucalense) dependente do Reino da Galiza, que por sua vez prestava vassalagem a Afonso VI de Leão e Castela, Imperador de toda a Hispânia Cristã.
Alguns anos mais tarde, em 1096, descontente com as políticas bélicas de Raimundo, Afonso VI entrega o governo do Condado Portucalense ao primo de Raimundo, Rei da Galiza, o Conde D. Henrique de Borgonha, juntamente com a sua outra filha, D. Teresa, passando assim a ser Conde de Portucale. Na prática, o Condado Portucalense deixava de ser dependente do Reino de Galiza, para prestar vassalagem directamente ao Reino de Leão, o que provocou um grande descontentamento entre a nobreza galega.
Deste condado, nasceria o reino de Portugal. D. Henrique governou no sentido de conseguir uma completa autonomia para o seu condado e deixou uma terra portucalense muito mais livre do que aquela que recebera. Aquando a morte de D. Henrique (1112), sucede-lhe a viúva deste, D. Teresa, no governo do condado durante a menoridade do seu filho Afonso Henriques. Inicialmente, o pensamento de D. Teresa foi idêntico ao do seu marido: fortalecer a vida portucalense, conseguir a independência para o condado. D. Teresa começou (1121) a intitular-se «Rainha», mas os muitos conflitos diplomáticos e a influência que concedeu a alguns nobres galegos (principalmente a Fernão Peres) na gerência dos negócios públicos prejudicou o seu esforço de tal maneira a que D. Teresa foi obrigada a abdicar das suas pretensões, e mudar de política. Por esta altura, D. Teresa planeava uma união com a poderosa família galega dos Trava, unindo assim novamente o Condado Portucalense ao Reino de Galiza, inviabilizando toda e qualquer aspiração portuguesa à independência.
Aos catorze anos de idade (1125), o jovem Afonso Henriques, com o apoio da nobreza portuguesa, arma-se a si próprio cavaleiro – segundo o costume dos reis – tornando-se assim guerreiro independente. A posição de favoritismo em relação aos nobres galegos e a indiferença para com os fidalgos e eclesiásticos portucalenses por parte de sua mãe, D. Teresa, originou a revolta destes, sob chefia do seu filho, D. Afonso Henriques.
A luta entre D. Afonso Henriques e sua mãe desenrola-se, até que a 24 de Junho de 1128 se trava a Batalha de São Mamede (Guimarães) e D. Teresa é expulsa da terra que dirigira durante 15 anos. Uma vez vencida, D. Afonso Henriques toma conta do condado, declarando-o reino independente, dado que ele era neto de Afonso VI, Imperador de toda a Hispânia, passando a assinar todos os documentos oficiais não como Conde, mas sim como Rei.
Continuou, no entanto, a lutar contra as forças de Afonso VII de Leão e Castela (inconformado com a perda das terras portuguesas, pois à semelhança de seu pai, Afonso VI, ele também se intitulava como Imperador), enquanto paralelamente travava lutas contra os muçulmanos. Em 1139, depois de uma estrondosa vitória na batalha de Ourique contra um forte contingente mouro, D. Afonso Henriques afirma-se como Rei de Portugal, e com o apoio dos chefes portugueses, é aclamado como Rei soberano.
Nascia, pois, em 1139, o Reino de Portugal e sua primeira dinastia, com o Rei Afonso I de Portugal (D. Afonso Henriques). Só a 5 de Outubro de 1143 é reconhecida a independência de Portugal pelo rei Afonso VII de Leão e Castela, no Tratado de Zamora, assinando-se a paz definitiva. Desde então, D. Afonso Henriques (Afonso I) procurou consolidar a independência por si declarada. Fez importantes doações à Igreja e fundou diversos Conventos. Dirigiu-se ao Papa Inocêncio II e declarou Portugal tributário da Santa Sé, tendo reclamado para a nova monarquia a protecção pontifícia. Em 1179 o Papa Alexandre III, através da Bula Manifestis Probatum, reconhece a existência de Portugal como país independente e vassalo da Igreja Católica Apostólica Romana.
Na continuação das conquistas procurou também terreno ao sul, povoado, até então, por Mouros e, após ver malograda a primeira tentativa de conquistar Lisboa em 1142, feito que só conseguiu realizar em 24 de Outubro do mesmo ano, após conquistar Santarém no dia 15 de Março com o auxílio de uma poderosa esquadra com 160 navios, e um contingente de 12 a 13 mil cruzados que se dirigiam para a Terra Santa.
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