José Veiga vai ser julgado por ofensa ao Sporting

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José Veiga vai ser julgado por ofensa ao Sporting
Ex-empresário insinuou que dirigentes desviaram 3,2 milhões de euros no caso João Pinto


O antigo agente e ex-director do Benfica, José Veiga, vai responder por acusações de difamação e ofensa a pessoa colectiva. O Sporting e a respectiva SAD são queixosos, num julgamento em que se discutirá o caso João Pinto.

Em causa no julgamento marcado para 18 de Março do próximo ano, nos Juízos Criminais de Lisboa, estão declarações proferidas por Veiga após, a 20 de Novembro de 2006, ter sido detido pela Polícia Judiciária (PJ) e constituído arguido por indícios de burla qualificada.

O então director-geral do Benfica foi apontado como suspeito de, em 2000, se ter apropriado ilicitamente de 3,292 milhões de euros de "prémio de assinatura" pagos pelo Sporting e que deveriam ter ido parar à bolsa do jogador João Vieira Pinto, transferido naquela época do Benfica para o Sporting.

A empresa destinatária daquele dinheiro foi a Goodstone, "sediada" em Inglaterra. Segundo o Sporting, foi o próprio Veiga que, enquanto representante do futebolista, indicou aquela sociedade. Foram pagas três prestações de um acordo de quatro milhões de euros: uma por cheque à ordem da "Goodstone" e outras duas por transferência bancária para o banco Barcklays, em Londres. Porém, em entrevistas concedidas após ter sido detido e libertado sujeito a caução, Veiga negou ter actuado como empresário na transferência, negou ter recebido os dinheiros em causa e disse-se alheio à "Goodstone".

"Quem tem de explicar para onde foi esse dinheiro não sou eu com certeza, mas será as pessoas que transferiram essas verbas", foi uma das declarações públicas, em que garantiu ser alheio a alegada burla. "Quem é que me diz a mim que o dinheiro não foi para outros lados, ligados ao Sporting?", acrescentou, lançando suspeitas sobre dirigentes do Sporting, que estariam "escondidos" e "não querem dar a cara", tendo até mentido quando foram chamados à PJ .

Na acusação particular contra o ex-agente, os dirigentes do Sporting argumentam que todas as insinuações são falsas: Veiga não actuou apenas como "amigo" do jogador na transferência; Veiga recebeu, até, uma comissão pela transferência e estava efectivamente ligado à Goodstone, sendo falso que esta empresa pertença a alguém do Sporting.

Por estes factos, o Sporting e a SAD acusam Veiga por crimes de ofensa a pessoa colectiva e difamação agravada. O Ministério Público optou por não acompanhar a acusação particular, mantendo-se neutro no conflito.

No julgamento marcado para Março, no qual Veiga não apresentou contestação, o arguido vai apresentar as mesmas testemunhas que o Sporting. Mas acrescenta Filipe Soares Franco e Dias da Cunha. Na audiência será retomada a discussão sobre quem, afinal, recebeu os 3,2 milhões de euros.

J/N